Jogos Solo de Board Game: exemplos e tipos

Existe um celebre ditado popular que diz assim:

Pois bem meus amigos, isso é verdade, e em época de pandemia, isso é mais verdade do que nunca. Vai que o seu colega está assintomático e você se contamina. Credo! Para os que estão iniciando as jogatinas em grupo vale a máxima, sigam os protocolos de segurança e sejam felizes.

Mas vamos lá, como manter a paixão pelos jogos e não ficar choramingando por estar só? Jogando jogos solos, ou versões solo — adaptações para se jogar solo. Há vários games renomados que atendem esse requisito da diversão solitária.

Mas antes de adentrarmos nesse universo solitário, é bom colocar as coisas nos seus devidos lugares. Quando falo de jogos solo, temos aí 2 categorias: jogos nascidos solo e jogos que permitem se jogar solo. Vou falar sobre os 2 tipos, posteriormente mencionarei minha lista preferida de solos e depois sobre as vantagens pedagógicas do jogo solo.

Pois bem, vamos iniciar com essa categoria que é a de jogos pensados e desenvolvidos para serem jogados única e exclusivamente por apenas 1 pessoa. Todo o balanceamento do jogo, as regras, e demais componentes foram pensando em uma diversão individual, que estimula isso.

Vamos conhecer alguns desses exemplares:

Friday

Friday é o melhor exemplar dessa categoria, é o primeiro que aparece na lista tanto do Ludopedia quanto do BGG. É baseado na história de Robinson Crusoé e suas aventuras na ilha, você será o nativo “Sexta-feira” para ajudá-lo. É um deck building muito desafiador; as imagens eu acho um pouco toscas, mas o jogo em si é ótimo!

Fields of Fire

Fields of Fire tem como diferencial o fato de ser baseado em três campanhas reais vividas por unidades do 9º Regimento de Infantaria dos EUA na Segunda Guerra Mundial, Coreia e Vietnã. Só isso já vale o jogo.

Trata-se de um jogo muito bacana onde se vai montando o local, simulando o terreno desconhecido e também as ações de acordo com o que tem-se que enfrentar. Não é a toa que ganhou o prêmio de melhor simulação histórica.

Deep Space D-6

Em Deep Space D-6 você está patrulhando o sistema Auborne com sua nave e recebe um chamado de socorro, só que é uma armadilha. Sobreviva às ameaças até a frota de resgate aparecer.

É frenético, pois você rolará dados para tripulação e alocá-los nas estações, estratégia para cuidar das ameaças internas e externas é primordial.

Muito bem, agora vamos à lista de jogos que dá para jogar sozinho, ou seja, que tem regras especiais para se jogar solo, muitas das vezes com um bot, uma inteligência artificial que interage com o jogador. Em alguns isso fica bem legal, mas cuidado, em outros fica uma gambiarra muito mal resolvida.

Gloomhaven

Já começamos metendo o pé na porta e trazendo um jogão! Pois bem, Gloomhaven é um jogão para até 4 jogadores, mas que dá para jogar sozinho.

O legal em Gloomhaven é que os cenários têm pré-requisitos e sua missão, aí meu amigo, é se virar para dar conta da missão nesse jogo de combate tático. É tão bom quanto jogar em grupo. Vale cada minuto investido!

Projeto Gaia

Olha aí outro representante de peso que permite jogar solo: Projeto Gaia.

A pegada é a mesma do jogo com até 4 jogadores, só que obviamente com menos setores espaciais. A ideia básica permanece: se desenvolver, crescer e terraformar planetas vizinhos para a forma em que sua facção consiga viver nele. É bem desafiador!

Terraforming Mars

É, minha gente... os “grandões” não estão pra brincadeira, entraram de cara no “modo solo” e oferecem a mesma experiência aos jogadores mesmo jogando solo.

Terraforming Mars é um baita jogo e mesmo no modo solo ele não decepciona. O lore é o mesmo, o Planeta Terra está superpovoada e é hora de terraformar Marte. Uma pequena adaptação e você terá a mesma aventura.

Muito bem, chegou a minha vez de brilhar! Vamos aos jogos que gosto de jogar solo. E digo mais, só um desta lista se repete, pois os demais eu prometo que vou surpreender.

Vamos à lista:

Friday

Não vou repetir as fotos, vocês já viram anteriormente. Friday me fez lutar, agonizar, e morrer várias vezes antes de ganhar uma única partida, isso mesmo, uma única partida somente eu consegui derrotar os 2 piratas no final, no resto foi só sofrência.

Mas isso me desestimulou? De forma alguma, quanto mais eu chegava perto (e perdia), mais com gana de jogar novamente eu ficava, os níveis de dificuldade vão subindo e isso é o máximo, a sensação é realmente boa jogando Friday, você vai ganhando experiência durante o jogo ao mesmo tempo em que o seu personagem envelhece, isso é o máximo. Recomendo mesmo, é o melhor de todos os “nascidos” solos. Recomendo demais!

Resta 1

Eu sei, vocês devem estar se perguntando: Com tanto jogo legal ele vai escolher logo Resta 1? Sim, eu gosto, e muito! Cresci jogando Resta 1, me sentia desafiado, traçando novas estratégias até conseguir deixar apenas 1 peça no tabuleiro. Cresci e comprei uma versão nova para mim e obviamente tenho uma versão para celular. A ideia é capturar peças até sobrar apenas uma, super desafiador, é um exercício cerebral.

Elder Sign

Obviamente que meu jogo do coração não poderia faltar, suspense e investigação sobrenatural no modo solo, é bom demais. Tem todos os elementos que eu gosto, cartas e dados. A tensão é a mesma do jogo com mais jogadores, só que agora você se lasca sozinho, não dá prá pedir ajuda nem explorar salas em dupla, é você consigo mesmo... rsrs. Mas é muito bom!

Muito bem, o que os jogos solo ou jogados no modo solo podem nos oferecer ou ensinar? Em primeiro lugar e o que todos buscam: diversão! Sim, eles trazem diversão e às vezes, nos jogados no modo solo, eles ficam melhor do que se jogado em grupo. Acreditem!

Para os mais introspectivos que até então tinham uma pequena gama de jogos solo agora desfrutam de uma gama enorme de jogos que se permitem jogar no modo solo, e grandes jogos, como os 3 que citei aqui, ou seja, não tem a desculpa que agora não tem opção de jogos solo.

Obviamente que se optar por eles, os adaptados, se estará pagando caro para jogar solo, mas se você curte bons jogos, tem grana e gosta, que mal tem? Compre mesmo e curta o seu jogo preferido.

Mas vamos à parte pedagógica da coisa toda. Essa modalidade de jogo, o solo, exige muito mais raciocínio e tomada de decisão que antes você compartilhava com os demais jogadores. Agora você joga “contra o tabuleiro” e briga por conseguir mais pontos a cada jogatina, ou seja, o parâmetro sempre será a sua última maior pontuação.

Isso é um excelente estímulo para levar as crianças (e adultos) a testar outros meios, descobrir novos caminhos e novas estratégias, é bom demais, o desafio pessoal é uma dose de endorfina a cada nova conquista, e você vai querer mais. Isso é bacana demais!

Recomendo demais os jogos solos ou adaptáveis para o modo solo, vale cada centavo investido!

Bons jogos!!!