Review de Detetive – O Clássico Jogo dos Investigadores

Dr. John Black foi assassinado em sua mansão. Como um bom investigador você precisará desvendar esse mistério descobrindo quem cometeu o crime, onde tudo aconteceu e qual arma o assassino usou. Está pronto para isso?

Pois bem, esse é o cenário de Detetive, um jogo divertido de dedução onde você fará o papel de um investigador coletando pistas para desvendar o mistério antes de seus oponentes. Detetive foi o precursor de vários outros jogos como mesmo tema, dentre eles destacam-se Scotland Yard e Letters from Whitechapel.

Assim como outros jogos clássicos, e com Detetive não seria diferente, há muitas versões e nomes diferentes para o jogo, mas todos com o mesmo núcleo: desvendar um assassinato.

Suas versões levam nomes como: Detetive (o clássico de tabuleiro), Clue, Detetive 3D, Detetive (jogo de cartas), Detetive Junior, e também não poderiam faltar as adaptações: Detetive Júnior Batman, Detetive Júnior Toy Story 3, Detetive Júnior Turma da Mônica e por aí vai.

Detetive é um clássico que tem como mecânicas gestão de mão, movimento ponto-a-ponto, papel e caneta, rolar e mover, blefe e dedução. Vai de 3 a 8 jogadores, e isso é seu diferencial, com a idade mínima de 8 anos, onde o objetivo é encontrar o culpado, o local e a arma.

O designer de Detetive é Anthony E. Pratt. No Brasil ele veio pela Estrela e é sucesso de vendas há anos.

Detetive parte de uma premissa simples: desvendar crimes.

Detetive aguça nossa curiosidade desde a arte da caixa do jogo até o seu nome. Quem nunca sonhou em ser um detetive famoso, um Sherlock Holmes, coletar pistas, fazer deduções e desvendar os crimes de forma muito astuta? Eu já sonhei com isso! Detetive faz parte da infância de muitas pessoas, anima os jogadores com seus blefes, palpites errados e acertos, se destacando como o melhor investigador de todos.

Partindo da ideia que se tem 8 suspeitos diferentes, 8 armas à disposição e uma mansão com 11 locais distintos para se investigar, chegamos ao número de 704 possibilidades distintas de crime. Como não amar um jogo assim? A sua rejogabilidade é enorme!

Detetive já começa com um suspense na apresentação do jogo. Vocês, os jogadores, são recebidos pelo mordomo que informa que o Dr. John Black, seu patrão, foi assassinado.

Ele informa que na casa estavam 8 pessoas, e também lhe informa também os objetos que poderiam ter sido usados durante o assassinato bem como coloca a sua disposição 11 cômodos da casa onde isso pode ter acontecido. No jogo, isso se dá sorteando secretamente 1 carta de assassino, 1 de arma e 1 de local e as guardando em um envelope confidencial. Essas 3 cartas são respectivamente o culpado, o objeto usado e onde o crime aconteceu.

O jogo já começa nesse clima, e isso realmente gera uma sensação bacana na mesa, mexendo com as pessoas, e a curiosidade toma conta da mesa de jogo. Frases como: “Será que foi o Coronel Mostarda, na Biblioteca com um inocente castiçal?” permeiam os diálogos entre os jogadores, mas há a hora certa para esse tipo de acusações.

Após essa tensão inicial, os jogadores recebem uma quantidade de cartas com nomes de suspeitos, algumas armas e alguns locais, obviamente, e não precisa ser nenhum Sherlock Holmes para deduzir que as cartas que estão na sua mão não representam o suspeito, a arma e o local do crime, pois estão em jogo. Bem, você já começa o jogo com essas informações, e são preciosas, pois é com elas que você dará o pontapé inicial na sua investigação.

Bem, estamos em um jogo que também têm dados. Êba! Os dados em Detetive são usados para descobrir a quantidade de espaços que andará o personagem que você deseja mover. Mova o personagem desejado até o local. Detetive reserva surpresas também, existem passagens secretas. Explore-as! Pode lhe poupar tempo, variável essa muito importante, pois quem desvendar o mistério primeiro de forma correta é o vencedor.

Esse é o núcleo de Detetive. Quando você entrar em um cômodo, dê um palpite! Essa é a maneira de você determinar quais suspeitos serão eliminados ou não: quando você dá um palpite sobre o culpado, a arma e o local. Exemplo: “Acho que o crime foi o cometido pelo Professor Plum na Sala de Estar com a Chave Inglesa”. Simples assim! Porém, há regras: você deve estar no cômodo em que está dando o palpite.

Agora as coisas começam a ser desvendadas. Os oponentes tentam provar que seu palpite é falso mostrando em sua mão a carta que corresponde a um elemento do seu palpite (suspeito, arma ou local), apenas uma carta, assim invalidando o seu palpite. A graça do jogo é que se o jogador a sua esquerda não consegue provar que seu palpite é falso, ele passa para o próximo jogador e assim sucessivamente.

Eliminar seu palpite não é de todo mal, pois assim você também elimina essas possibilidades, mas os oponentes também. Agora, se ninguém provou que seu palpite é falso, você tem 2 opções: terminar sua jogada com informações pertinentes ou efetivamente fazer uma acusação. E aí? Você confia no seu palpite?

Para acusar formalmente uma pessoa, uma arma e uma localização você deve informar a todos: “Eu acuso (nome do suspeito) de cometer o crime no (cômodo) com a (arma)”. Após isso, olhe secretamente as 3 cartas sorteadas no início do jogo e confira o que acertou ou errou. Saiba que esse é um momento de muita apreensão em Detetive, pois o jogo está na iminência de acabar ou não. E mais, você só pode fazer uma acusação por jogo. Tenha certeza, ou pelo menos tente eliminar o máximo de palpites errados e ser assertivo quando fazer sua acusação.

Se sua acusação resultar em erro, você devolve secretamente as 3 cartas ao local, não pode mais se mover no jogo, obviamente nem vencer mais, mas continua participando para mostrar as cartas dos palpites errados dos demais jogadores.

Não vá logo fazendo acusações no início do jogo, você ainda terá muitas opções e as chances de uma acusação errada lhe tirar do jogo precocemente são grandes. Use os atalhos, são bem úteis. Use a estratégia para dar os palpites, blefar faz todo o sentido, falar o nome de uma carta que você tem garantirá que ninguém dirá que seu palpite é errado e isso irá confundir os demais jogadores, em contrapartida, é uma informação que você deixa de receber; mas é o jogo, e blefar faz parte.

Tenha sangue-frio e anote tudo, não perca nenhuma informação, elas são cruciais. Anote as cartas eliminadas e trabalhe com as cartas em sua mão, isso lhe dirá o momento certo de fazer uma acusação.

Temos um jogo para divertir a família? Com certeza sim! Trata-se de um jogo leve, simples e divertido. A faixa etária indicativa está perfeita, 8+. Seu tabuleiro e cartas são ricamente ilustrados, o que chama muito a atenção da criançada, com detalhes nas artes que merecem nossa atenção, e mais do que isso, ganham nossa atenção.

Talvez eu sugira somente com crianças não pesar tanto a mão no "assassinato" em si, mas sim que algo aconteceu e precisa ser resolvido, talvez chamar de "mistério", simples assim! Trocar o foco. Acho também a ideia de gerenciar suas cartas, de suspeitos, locais e objetos muito interessante, pois leva a criança a administrar suas cartas, fazer deduções, o que é maravilhoso, e buscar elucidar o mistério. É bem empolgante e pedagógico.

Não trata-se de um party game, mas com certeza é um jogo família, sem sombra de dúvidas. Há estratégia envolvida em blefes, inclusive, nas acusações, gerenciamento de cartas, deduções, enfim, diverte e estimula o raciocínio lógico, sem falar que não enjoa, pois há mais de 700 combinações de resultados.

O fim do jogo se dá quando um jogador faz uma acusação, confere e essa se mostra assertiva, ou seja, ele desvendou o crime descobrindo o assassino, a arma usada e o local onde aconteceu.

Este é Detetive, um jogo diferente a cada partida seu poder de dedução será testado ao limite. É realmente um jogo divertido! Recomendo Detetive na sua coleção!