Viagem no Tempo
A viagem no tempo é algo que nos fascina - quem nunca desejou um dia voltar no tempo e rever alguém, consertar e/ou evitar algo, ou ir ao futuro espiar como estaremos? Pois é, uns alegam que isso já é possível.
Mas o que é mesmo essa tal viagem no tempo? Em uma explicação simples é a possibilidade de deslocamento entre pontos diferentes no tempo (passado ou futuro). O pioneiro a escrever sobre essa temática foi H. G. Wells com seu livro “A Máquina do Tempo”, de onde, aliás, saíram 2 filmes.
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Seu livro foi a primeira obra de ficção científica abordando o conceito da viagem no tempo usando um “veículo” em que o usuário podia viajar no tempo propositadamente e de forma seletiva, ou seja, escolhendo a época.
Porém, para nós, mais novos, o que mais vem à cabeça é trilogia de “De Volta para o Futuro”, aí sim a viagem no tempo brilha. Quem não se lembra dos personagens de Michael J. Fox e Christopher Lloyd na pele dos personagens Marty McFly e Doc Brown, respectivamente.
Agora é a nossa vez! Aperte o cinto e vamos juntos viajar no tempo em That Time You Killed Me!
Dados do Jogo
That Time You Killed Me é um board game para 2 jogadores, com idade 10+, do designer Peter C. Hayward. A arte ficou por conta de Jor Ros.
That Time You Killed Me saiu em 2021 pela Pandasaurus Games e em 2023 veio para o Brasil pela Galápagos. As mecânicas básicas são: movimento em grades, múltiplos mapas, fim por morte súbita e deslizar/empurrar.
A sacada do jogo é que além do jogo padrão, que por si só já é massa demais, o jogo vem com 4 Capítulos (4 caixas) ou Cenários, como Desejar, que adicionam novos componentes e novas regras para serem adicionados às anteriores. Vale muito a pena!
That Time You Killed Me foi indicado a vários prêmios desde a sua criação: Melhor Jogo para 2 Jogadores pela Board Game Quest Awards e pelo Golden Geek. Em 2022 foi indicado como Jogo do Ano pela SXSW Gaming Awards.
Vamos ao jogo!
O Jogo
That Time You Killed Me é um jogo que mistura tudo o que eu gosto: tema de viagem no tempo, disputa 1x1, e movimentos similares ao Xadrez, e o melhor: com adição dos Cenários tudo o que você fizer no passado, impacta no presente e no futuro.
A história do jogo se passa quando você descobre que alguém está querendo tomar para si o título de inventor da máquina do tempo, sendo que foi você que inventou. E pior ainda, ele espalhou vários “Eus” no passado, presente e futuro. Só te resta uma alternativa: eliminar esse oponente! Simples assim? Claro que não! Você tem que eliminar seu oponente em pelo menos 2 eras! Essa é a graça de That Time You Killed Me!
A grande charada é: foi você mesmo que inventou a tecnologia e está tentando apagar da história o impostor ou você é o impostor e está querendo eliminar o criador e ficar com o título da invenção? Eu só sei que quem sobreviver ficará com o título de inventor da máquina do tempo.
O jogo em si é bem simples, mas a ideia é genial! São 3 tabuleiros, o de passado, o de presente e o de futuro. Cada tabuleiro, que lembra um tabuleiro de xadrez, é do tipo 4 por 4, ou seja, tem 16 espaços. O jogador com as peças brancas coloca um de seus “Eus” na posição 1 de cada um dos 3 tabuleiros (passado, presente e futuro), o jogador com as peças pretas faz o mesmo, só que na posição 16 (nos 3 tabuleiros).
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Agora só resta colocar o seu token de foco, que indica para onde o seu “Eu” está ativo. O jogador com as brancas coloca no passado e o jogador com as pretas coloca no futuro. Sobraram 4 “Eus” para cada jogador, eles entrarão durante o jogo em um momento especial. Isso é o setup! Acredita?
O turno é mais simples ainda, são apenas 3 passos:
Agora é nas ações (Passo 2) que o jogo brilha. Você pode se movimentar até 2 casas ortogonalmente, com isso poderá empurrar e até esmagar um oponente - mas cuidado com o Paradoxo, que é o ato de 2 “Eus” seus se encontrarem - pois se isso acontecer, eles morrem na hora.
Ainda sobre ações, viajar no tempo é massa demais. Se viajar para frente (do passado para presente ou do presente para o futuro) você irá parar na próxima era, mas no mesmo espaço em que estava na era anterior.
Agora vem o “pulo do gato”: viajar para trás (do futuro para o presente ou do presente para o passado) lhe permite deixar uma cópia na era em que você estava, é aí que entram as outras cópias do seu “Eu”, mas lembre-se que você só tem 4 cópias, use com moderação!
Após usar suas duas ações, quais sejam, mude o token de foco para outra era e pronto!
Assim é um turno de um jogador em That Time You Killed Me!
A graça é esse jogo tático e estratégico de “gato e rato”, você está caçando, mas também está sendo caçado! Quem melhor usar e se esquivar com seus “Eus” no passado, presente e futuro sairá vivo e detentor do título de criador da máquina do tempo!
Fim da Partida
Seu objetivo é eliminar seu oponente em pelo menos quaisquer duas eras na linha do tempo. Ou seja, se seu oponente tiver cópias em apenas uma era (ou em nenhuma) no final do turno, você vence imediatamente.
Simples assim!
Dicas Estratégicas
Jogar That Time You Killed Me e compará-lo ao Xadrez é algo que todos sentem ao jogá-lo. E é aí que a coisa fica melhor, pois são 3 tabuleiros ao mesmo tempo, ou seja, passado, presente e futuro, é muito bacana, é um jogo altamente estratégico.
Como o seu token de foco no início é determinado pelo setup, você iniciará agindo onde seu token de foco está, é o que pode ser feito, assim inicia o Passo 1, ou seja, escolher qual cópia do seu “Eu” será ativada. Isso é muito importante e estratégico. No início do jogo você só tem 1 cópia do seu “Eu” por era, então é fácil, mas durante o jogo isso vai mudar, então escolha a cópia correta para executar as ações, pois você só poderá executar as ações com ela. Escolha com cautela!
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Feito isso, agora é hora do Passo 2, basta executar 2 ações dentre as disponíveis. Agora as dicas são de ouro! Se movimentar e se posicionar de forma segura é ótimo, mas atacar é necessário. Saber mesclar as duas coisas é o melhor dos mundos.
Empurrar oponentes, principalmente em direção às bordas do tabuleiro, é importante, assim você pode forçá-lo a ir para lá se defender às pressas e quem sabe deixar outro “Eu” dele desprevenido. É um jogo de caça, não se esqueça disso!
Viajar no tempo para frente pode ajudar a eliminar uma cópia do oponente, cercando-o mais facilmente, mas você deixará de existir na era anterior, se você só tiver uma cópia do seu “Eu” por lá, então cuidado! Lembre-se que se você, ao final do turno, ficar com cópia(s) sua(s) em somente uma era você perde imediatamente. Certifique-se que isso não vai acontecer.
Viajar no tempo para trás é a viagem mais importante, pois é nesse momento que você vai criar as outras cópias do seu “Eu”. Você viaja para trás e deixará uma cópia do seu “Eu” onde você saiu. Isso te dá maior controle de área.
Eu sugiro fortemente, pelo menos no início do jogo, nunca viajar para frente partindo do passado para o presente, pois ficará sem presença no passado. Crie uma cópia sua lá antes disso, isso o manterá vivo.
Fique sempre de olho em quantas cópias do seu “Eu” você ainda tem restante, quantas você já usou e onde elas estão atualmente. Essa gestão irá salvar a vida do seu personagem. Essa é a diferença entre a vitória e a derrota no jogo.
Agora o que você faz no Passo 3, ou seja, para onde você envia o token de foco (onde você irá agir no próximo turno) diz muito ao seu oponente, que pode seguí-lo, ou no turno dele, ir para outro local e preparar uma armadilha para você. Use isso ao seu favor! Use o blefe, mas não deixe cópias do seu “Eu” em perigo.
Deixar seu “Eu” em perigo é deixar um deles perto das bordas de um tabuleiro de era, pois você pode ser esmagado. Deixar mais de uma cópia do seu “Eu” na mesma era é um perigo maior ainda, seu oponente pode usar isso contra você e forçar eles se encontrarem causando um Paradoxo. Seria demais para eles se encontrarem, eles morrem imediatamente!
Então pense bem, deixar duas cópias do seu “Eu” para cercar um oponente é uma “faca de dois gumes”. Pode te ajudar? Sim! Mas cuidado com o Paradoxo.
Siga essas dicas e reivindique a criação da máquina do tempo!
Vídeos de Unboxing, Regras e Gameplay
Curta o Unboxing:
Assista a um vídeo de Regras:
Confira um Gameplay:
Dicas Pedagógicas
That Time You Killed Me é um excelente aliado pedagógico e muito se deve por herdar os principais benefícios do Xadrez, que são: concentração, planejamento e tomada de decisão. Além, obviamente, pelo controle espacial, e nesse caso, temporal, pois terá que controlar 3 tabuleiros simultâneos.
Ressalta-se ainda que, tal como o Xadrez, ainda, That Time You Killed Me é um complexo e poderoso exercício cerebral e sua prática estimula o raciocínio matemático e o pensamento crítico, além de estimular, e muito, a criatividade para finalizar suas jogadas.
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A concentração é muito exigida, pois cuidar de um tabuleiro já seria o bastante, mas estamos falando de 3, então toda a atenção será necessária. O cuidado com o planejamento tático e posteriormente a decisão estratégica, a tomada de decisão a ser seguida é fundamental para o sucesso nesse jogo.
Tudo isso estimula a famosa ginástica do cérebro, necessária em toda a nossa vida, e se estimulada desde cedo, melhor ainda, pois exigirá os cálculos matemáticos para gerenciar as cópias dos seus “Eus” durante o jogo todo, e pensar criticamente em como e quando usá-los. Isso, sim, é ativar e estimular o cérebro. Isso obviamente irá estimular a sua criatividade para executar cada ação da melhor forma possível.
That Time You Killed Me é um excelente aliado pedagógico, pois exige muita concentração, estratégia e tomada de decisão!
Recomento That Time You Killed Me na sua coleção!!!
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