A Guerra dos Tronos - AGdT
Bem vindo à AGdT: Board Game! Vamos entrar no clima?
“Quando se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre.”
- Cersei Lannister
Pois bem, não tinha como captar melhor o espírito desse jogo do que essa frase. Será realmente uma guerra, pois as 6 Casas, a saber: Stark, Greyjoy, Lannister, Martell, Tyrell e Baratheon, tem habilidades diferentes. Umas mais fortes no início, outras no meio do jogo e outras mais para o final, ou seja, tem estratégia para todo lado!
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O jogo segue as características das Casas de acordo com best-seller de George R. R. Martin “As Crônicas de Gelo e Fogo”, ou seja, umas Casas com tradições mais honrosas, outras ambiciosas, implacáveis, orgulhosas e outras obstinadas. Mas essas habilidades e perfis diferentes é o que conferem a graça à esse Board Game.
Cada Casa lutará pelo controle do maior número de Castelos e Fortalezas, recrutando exércitos, conquistando territórios e fazendo alianças para finalmente conquistar o Trono de Ferro. Bora disputar pelo controle das terras de Westeros?
Dados do Jogo
AGdT é um jogo para 3 a 6 jogadores, porém com 3, 4 ou 5 jogadores há algumas alterações no setup e Casas que entram no jogo. É um jogo indicado para 14+, do designer Christian T. Petersen que veio para o Brasil pela Galápagos. Foi vencedor do prêmio italiano “Ludoteca Ideale” em 2013.
Os componentes são maravilhosos, em resina, bem resistentes, com escudos do jogador com explicações internas recheado de informações relevantes para facilitar o turno do jogo, cartas de boa gramatura e tokens bem grossos. Trata-se realmente de um belo jogo e que deixa sua mesa de jogo bem bonita.
Me diga se é ou não de encher os olhos? Chegou a marejar os olhos aqui.
Jogando AGdT
Vamos ver o que Stannis Baratheon, irmão mais novo do falecido rei Robert Baratheon, tem a nos dizer sobre a luta pelo Trono de Ferro:
“O Trono de Ferro é legitimamente meu. Todos os que negam isso são meus inimigos.”
- Stannis Baratheon
É, com certeza de amistosa essa Casa não tem nada! E assim iniciamos AGdT, nessa “pegada” de disputas incessantes, alianças, traições, estratégia, muita estratégia, planos, segredos, o clima ideal e o jogo perfeito para desfazer amizades.
Bem, vamos lá, uma partida de AGdT Board Game pode ter até 10 rodadas, mais a frente eu explico esse “pode ter”. Cada rodada é dividia em 3 fases, a saber: Fase de Westeros, de Planejamento e de Ação. Vamos a cada uma delas.
Na Fase de Westeros, é revelada a carta que ditará os procedimentos e os eventos importantes da partida. Aqui é cada surpresa que pode beneficiar mais uma casa ou outra, mas faz parte do jogo e temos que jogar com essas adversidades (ou vantagens), mas é massa demais não saber o que vem pela frente, dá uma sensação de realismo maior e o envolvimento vai às alturas. Aqui já começam as ser traçadas as estratégicas particulares.
A Fase de Planejamento, como o próprio nome diz, é onde planejamos secretamente nossas ordens nos locais onde temos unidades. Pessoal, para mim essa fase é a melhor de todas, pois veja só: você tem unidades no local “x” que faz divisa com o local “y”, onde por sinal há unidades inimigas. Os tokens de ordens são colocados fechados no local, aí meu amigo, é tensão pra todo lado.
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Que ordens darei? Ordem de marcha, de defesa, de suporte, de invasão ou tentarei consolidar poder. Pois bem, escolha suas ordens não se esquecendo dos seus oponentes. Agora é uma excelente hora para fazer alianças, ou quebrá-las, surpreendendo seu oponente. Realmente essa, na minha opinião é a parte mais legal do jogo.
E por fim, a Fase de Ação. Agora é a hora de executar os tokens de ordem colocados durante a Fase de Planejamento. Na verdade, a maior parte das ações em AGdT acontece durante esta fase. Mas então vamos lá, é tudo tão simples assim? Vamos adentrar um pouco nos detalhes.
Na Fase de Westeros, além do que eu já mencionei, se avança o marcador de rodadas, o marcador de ataques selvagens avança em 1 (se chegar a 12 um ataque acontece). É necessário, aliás, primordial, se controlar os suprimentos, é o que vai te dizer quantos exércitos você consegue manter ao mesmo tempo. Outra coisa importante que pode acontecer nessa Fase é a opção de recrutar, aí será importante ter Castelos ou Fortalezas, pois lhe permite recrutar soldados, cavaleiros, navios ou ter uma catapulta.
Nessa Fase ainda pode ocorrer a Fúria dos Reis, que nada mais é uma disputa velada pelo poder. Eu digo velada, pois todos os jogadores podem apostar secretamente o quanto de poder quiserem, tiverem e puderem para ter mais influência no jogo. Após todos apostarem secretamente, todos abrem as mãos e se descobre quem tem mais influência. E outras disputas não menos importantes se dão nessa Fase, afinal, são os acontecimentos em Westeros.
Pois bem, e tem mais emoção? Claro que sim, agora vamos voltar a falar da Fase que eu mais gosto: a Fase de Ordens.
Para escolher as ordens, muita coisa tem que ser analisada: Tenho construções para recrutar? Tenho quantos exércitos? Tenho suprimentos? Fiz pactos? Estou sob ameaça? Vou avançar? E por aí vai, mas o mais importante é: O que se passa na cabeça do meu oponente? Ele vai me atacar? Se ele negou uma aliança, será que oporá a mim para o resto do jogo? Essas e outras perguntas só não são piores que essa de agora: Me arrependi de uma ordem dada, posso alterar? A resposta é: depende! Depende se você tem o Corvo Mensageiro, ele lhe permite trocar um token de ordem seu, com base no seu feeling do jogo, ou ainda olhar a carta do topo de baralho de Selvagens, para ver o tamanho do problema se eles atacarem. É realmente a Fase mais emocionante do jogo. Como essa fase é simultânea, o bacana é ver a cara de dúvida de todos ou tentar adivinhar o que o oponente está tramando, se está sorrindo ou preocupado.
Já na terceira e última Fase, de Ação, é hora de resolver as ordens de invasão, de marcha, e obviamente o resultado dos possíveis combates dessas ordens, as consolidações de poder. Bem aqui se executa e se mostram realmente o que cada um planejou fazer e vai tentar executar da melhor forma. Lembre-se que a ordem das coisas faz todo o sentido nesse jogo. Aqui são turnos individuais.
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O grande “x” da questão para se atentar é: ao invadir ordens inimigas, os jogadores anulam as ordens do oponente e as áreas invadidas ficam sem tokens de ordem. Heim? É isso mesmo? Sim! Você invadiu, tomou posse, não há mais tokens do oponente lá, e quem sabe, nem exército. Se uma ordem de Invasão é utilizada para remover tokens de Ordem de Consolidar Poder de um oponente, significa que o jogador invasor está saqueando seu oponente.
Para mim, as duas versões do AGdT, tanto a versão do Board Game quanto a do Card Game, te dão uma sensação ótima do que é AGdT, porém nas suas devidas proporções.
Na versão Board Game são muito mais coisas para se controlar, gerenciar e analisar, é realmente mais “pesado”, mas a versão Card Game não tem menos graça por isso, visto que no Board Game se tomam ações às escondidas e depois as revela, no Card Game isso é feito às claras, com sua real intenção na cara do oponente. É bem o estilo de A Guerra dos Tronos!
Considerações Finais e Análise Pedagógica
Vamos lá! A indicação de duração do jogo é que ele vai de 2 à 4 horas. Honestamente? Se forem gamers mesmo, vai levar umas 6 horas. Isso é ruim? De forma alguma! Eu adorei! Foras as 6 horas mais rápidas da minha vida! Nem vi o tempo passar. Mas veja, nem todos curtem isso. AGdT realmente não é um jogo de entrada. É para gamers mais experientes ou para quem realmente deseja conhecer um bom jogo sem se importar com o tempo.
Quanto a ser um jogo 14+, eu concordo. Tem muita estratégia envolvida, têm que se traçar planos para a rodada atual e posteriores, tentar descobrir as táticas dos oponentes, fazer alianças, trair, fazer cálculos, enfim, é um jogo que vai exigir dos jogadores, mas repito, isso é bom! É famoso “jogo pesado”, mas que me agrada muito. Não jogue com idade menor que a indicada, pois o jogador vai sair enfadado da mesa em poucas rodadas. É muita coisa para se administrar.
É um jogo denso, fiel ao livro e à série. E honestamente falando, para quem não leu os livros e nem assistiu a série encara o jogo como um jogo muito bom, dados a tantos elementos interessantes. Óbvio que para quem leu os livros e/ou assistiu a série vai escolher uma Casa “x”, pois se identifica com ela e encontra nas cartas os personagens de seu gosto, no tabuleiro os locais lidos no livro ou vistos na série, é fantástico isso. É uma excelente experiência! Recomendo!
Eu saí cansado da mesa quando joguei, um cansaço mental, não físico, de tanto pensar no que fazer, mas adorei, pois ganhei conquistando 7 áreas, e de surpresa, traindo, obviamente. Fiz alianças e apunhalei o parceiro na hora certa. Faz parte do jogo! Esse cansaço mental infelizmente é meio que “normal” em jogos desse tipo, tem que gostar mesmo.
Reconheço que por todos esses fatores: muitas etapas, muitas ações, muita estratégia, muito tempo de jogo, muito “tudo”, faz AGdT não ser um jogo para todo mundo, definitivamente. Uns sairão apaixonados pelo jogo, inclusive querendo ler o livro e assistir a série, se ainda não o fizeram, outros vão sair querendo jogar tudo pra cima e nunca mais ouvir falar do AGdT. Ele é assim: ame ou odeie! É um fato!
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Fim do Jogo
O fim do jogo pode acontecer de 2 formas bem distintas e por isso tão interessantes. Uma das formas é que ao final da 10ª rodada, a Casa que controlar o maior número de áreas com Castelo ou Fortaleza vence a partida. Agora vem a surpresa, se um jogador controlar 7 áreas com Castelo ou Fortaleza a qualquer momento da partida, esse jogador vence o jogo imediatamente (foi assim que eu ganhei!).
Tá vendo como AGdT surpreende! Ou se leva o jogo até o final ou traça uma estratégia de ataque e conquistas para acabar logo e conquistar o Trono de Ferro! É um jogo que mantém uma tensão boa na mesa o tempo todo, pois pode acabar a qualquer instante em qualquer turno. Esse é AGdT!
AGdT Board Game vs AGdT Card Game
Eu sou um privilegiado e posso dizer, joguei os 2 mais de uma vez, tenho na minha coleção pessoal e adoro os dois. São emoções diferentes, digo com certeza que o Card Game é bem mais “leve” e você tem mais controle de tudo, tudo está ao alcance dos seus olhos e não há nada oculto em “biombos” de cada jogador, exceto pelas cartas em sua mão.
No Card Game fica claro a cada rodada quem pode lhe atacar, quem vale a pena atacar a partir de suas escolhas, é tudo muito claro. Isso deixa o jogo sem graça? Claro que não, aí é que entra a estratégia, pois como está tudo na cara, você pode ser mais assertivo em suas ações otimizando o seu turno.
No Board Game é meio que cada um por si e não se sabe o que os demais jogadores irão fazer. As alianças são verbais e no Card Game isso se dá pelas buscas de apoio no Salão do Pequeno Conselho, é escancarado quem é seu oponente, não tem como não mostrar. Isso tira a emoção? De forma alguma, só deixa mais gostoso ainda o jogo, pois você sabe de “onde vem chumbo”. É uma tensão muito boa!
O Card Game é infinitamente mais rápido que seu irmão Board Game, você não sai da mesa com cansaço mental, de forma alguma, e joguei várias vezes. Esse eu recomendo para quem quer conhecer a franquia, inclusive recomendo para iniciantes e gamers. Jogar os 2 jogos, Board e Card, vão te dar a sensação de imersão, mas com níveis diferentes.
Qual eu prefiro? Pois é, perguntinha safada essa! Bem, serei honesto, em 1º lugar para mim fica o Card Game, e eu explico o motivo. Eu adoro explicar regras e trazer novos jogadores para o hobby, e com o Card Game eu alcanço mais pessoas, pelo tempo de jogo, por ser mais “leve” e assim consigo levar esse jogador para o AGdT Board Game. É uma estratégia minha!
Mas também confesso, adoro quando topam jogar o Board Game, pois saberei que terei uma seção muito bacana de jogo com pessoas que sabem o que está por vir e compram a ideia de jogar competitivamente. Amo isso! Na dúvida, tenha os 2, Board Game e Card Game, que aliás, já fiz o review aqui para a Cards Realm!
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Pois bem meus amigos, esse é AGdT Board Game! Recomendo fortemente na sua coleção!
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