Rá: o deus do Sol do Antigo Egito
Rá foi uma das principais divindades da religião egípcia durante a Quinta Dinastia, que foi marcada por ser um período turbulento com várias inquietações de natureza religiosa, política e econômica.
Rá foi representado de várias formas. A forma mais comum era um homem com a cabeça de um falcão, um disco solar no topo e uma serpente enrolada ao redor do disco. O principal centro de seu culto era a cidade de Heliópolis onde era identificado com o deus solar local.
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Dados do Jogo
Ra: The Dice Game, é um jogo de 2 a 4 jogadores, com idade 10+, do aclamado designer Reiner Knizia, autor de vários outros jogos premiados e não menos bacanas. O responsável pela arte é Franz Vohwinkel, também responsável pelar arte de outros jogos muito interessantes, vale a pena pesquisar esses caras.
Ra: The Dice Game é de 2009 e saiu só fora do Brasil por 2 editoras: Rio Grande Games e AbacusSpiele. É o irmão mais novo, digo, a versão em dados do Board Game Ra, de 1999, do mesmo autor.
O jogo aborda mecânicas de rolagem de dados, colecionar componentes e "force sua sorte". É bem mais rápido que a versão Board Game e não menos divertido.
O Jogo
Bem, obviamente que o token do deus Sol Ra está presente no jogo, ele fica no início da trilha do Sol e como um deus que é, ele controla a duração do jogo se dá durante três eras.
A velocidade das eras vai de acordo com a sorte dos dados, pois na vez do jogador, ele rolará os 5 dados temáticos, e cada figura de Sol que aparece nos dados vai imediatamente para frente do token de Ra sinalizando que ele andará na trilha, ou seja, é a era finalizando.
O fator “force sua sorte” se dá nas 2 possíveis re-rolagem de dados para que obtenha os resultados desejados, a saber: avançar na trilha do Faraó, no Rio Nilo, aumentar sua Civilização ou construir Monumentos.
As faces dos dados representam bem suas finalidades e também são representadas no tabuleiro para facilitar, mas você deve ter notado na imagem anterior uma face com a famosa “Ankh” (Cruz). Ela é o dado curinga, mas com uma ressalva: é necessário ter pelo menos uma face específica para que a Ankh possa atuar como curinga daquela face.
Enfim, escolhidos os dados após as 3 rolagens de dados, o jogador aloca os cubos de sua cor nos locais onde saíram as faces dos dados e evolui nas respectivas trilhas escolhidas. Ainda sobre a Ankh, se tiver 2 delas, você pode optar ao invés de usá-las como curinga, usá-las para marcar 2 pontos na trilha de pontuação.
Mas vejam que nem tudo são flores. Se sair 4 ou mais resultados de Sol acontece um desastre, obviamente que não com o jogador atual, mas com todos os outros jogadores.
Dentre os desastres tem-se: recuar na trilha do Faraó, na trilha do Rio Nilo, perder Civilização e ter Monumentos destruídos, afinal, as pragas do Egito não perdoam.
Quando o token do deus Rá chega no final da trilha, uma era é pontuada. Para isso, o jogo traz um cartão sumário que ajuda sobremaneira a pontuação.
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Detalhe, nas 2 primeiras eras só se pontua pelas trilhas de Faraó, Nilo e Civilização. Os Monumentos ainda estão sendo erguidos, mas já, já, eles pontuarão.
Flavor do Jogo
Eu adoro rolagem de dados, ainda mais sabendo que tudo pode acontecer — tudo mesmo, desde avançar nas respectivas trilhas, fazer uma era acabar e não estar bem posicionado nas trilhas, até provocar um desastre. É realmente emocionante!
Cada trilha tem sua peculiaridade, algumas pontuam apenas o melhor colocado com mais pontos e o pior colocado com menos pontos, ou seja, não adianta ficar na média, o negócio é disputar cada trilha de fato. Esse é o caso da trilha do Faraó.
Outra trilha pontua desde que tenha mais de um cubo marcador na respectiva trilha, que é o caso do Rio Nilo, mas para ter esse segundo marcador não é fácil, é necessário 3 faces de Nilo no seu turno, ou seja, a sorte dos dados tem que estar ao seu lado.
Já na Civilização são necessários sempre 3 ou mais dados com a face de Civilização para colocar cubos no local, então sabe-se de povoar um local não é tão fácil assim. E se você pensa em prosperar em outras trilhas e ignorar a Civilização, nem pense nisso, pois se não tiver cubos de Civilização quando pontuar, perde 5 pontos, se tiver 1 cubo, não ganha nada, só ganha de 2 cubos pra mais, então o negócio é povoar o local.
Os Monumentos são um caso a parte, levam 3 eras para serem finalizados — isso se nenhum desastre acabar com eles —, mas também não é simples, afinal estamos falando de Monumentos e eles tem suas peculiaridades, algumas regrinhas especiais, bem fáceis, mas que deixam o jogo com um gostinho melhor ainda.
Fim da Partida e Pontuação
O fim da partida se dá quando o token do deus Rá chega no final da sua trilha pela 3ª vez, simbolizando o fim da 3ª era, agora além de pontuar as trilhas normais, se pontuam os Monumentos, ou seja, o resultado do vencedor só sairá mesmo ao final da 3ª e última era. É emoção demais!
O jogador com mais pontos vence, não há critério de desempate, significa que evoluíram na mesma proporção.
Dicas Estratégicas
Aqui as dicas são bem claras, mas não tão fáceis de serem atingidas antes de uma era pontuar.
No trilha do Faraó esteja sempre à frente para ganhar mais pontos ou esteja presente e não avance, ganhando assim poucos pontos. Ficar no meio termo não lhe dará nenhum ponto. Aqui é 8 ou 80.
Na trilha do Rio Nilo, a melhor opção é ter 2 tokens no local, caso contrário não pontua. Aqui podem ser adotadas duas estratégias diferentes. Com 2 tokens se pontua, mas após isso ele retira os tokens da trilha. Já para quem tem apenas 1 tokens não pontua, mas mantém o token para a rodada seguinte. Então note que é algo que pode esperar, se planejar. Escolha sua estratégia.
Na Civilização, essa não pode ser ignorada mesmo, pois é uma que retira pontos, tem que ter no mínimo 3 tokens para pontuar, e o menor valor ainda. Ignorar essa trilha lhe tira 5 pontos, ter 1 ou 2 tokens não te faz perder nem ganhar nenhum ponto. Aqui é bom ficar atento sempre!
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Nos Monumentos recomendo investir com calma, mas sempre. Pode inclusive não ser o seu foco na 1ª era, mas da 2ª em diante pode começar a construir mais, pois esses pontos fazem a diferença no final do jogo, o que deixa tudo mais legal.
Quando tiver desastres (que retiram cubos dos oponentes), busque sempre retirar cubos de civilização na 1ª e 2 era, isso os fará recuar em pontos, na 3ª recomendo retirar cubos de monumentos, afinal, eles realmente fazem a diferença no final. Não tem essa de ser bonzinho!
Dicas Pedagógicas
Ra: The Dice Game é uma aula de história brincando. Contar a história do Egito através das eras é maravilhoso, contar sobre o deus Sol, a importância dos Faraós, do Rio Nilo, das Civilizações e Monumentos, tudo isso é um show a parte e pode ser mostrado usando a internet. As crianças irão para o jogo mais animadas.
Matematicamente falando, o uso dos dados pode ser usado para trabalhar probabilidades, a gestão de recursos pode também ser trabalhada quando se escolhe qual tipo de dados manter e qual re-rolar.
Em qual trilha investir lhes ensina projeção a curto, médio e longo prazo, o que é bom! A noção de tempo nesse jogo é primordial, as eras podem passar muito rápido, ou não.
A noção espacial também se faz presente, pois os Monumentos pontuam de acordo com sua posição, é bem fácil, são regrinhas simples, mas que exigem cautela e estratégia.
Enfim, esse jogo pode ser muito bem aproveitado, com certeza!
Recomento Ra: The Dice Game, na sua coleção!!!
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