Caçador de Recompensa
Em Bang, como estamos falando de um jogo de “caça,” ele recompensa a eliminação de foras da lei. Então, vale a pena falarmos sobre como isso ocorria na vida real.
(Cartaz de recompensa por John Wesley Hardin, um dos foras da lei mais perigosos dos EUA)
No século 18, um caçador de recompensas era um civil que tentava capturar criminosos fugitivos, os foras da lei, em troca de recompensas financeiras. Nos Estados Unidos, isso era uma prática comum.
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Para se ter uma ideia, em certas situações, a justiça norte-americana chegou a conceder autoridade quase ilimitada a esses caçadores. Eles podiam invadir uma casa sem precisar de um mandado. Imagine isso nos dias de hoje!
Nesse clima de Xerife e seus ajudantes caçando foras da lei por recompensas, enquanto foras da lei e renegados tentam desafiar a ordem e a lei, temos Bang! De que lado você está?
Dados do Jogo
Bang é um jogo para a galera, um clássico, vai de 4 a 7 jogadores, com idade 8+, do designer Emiliano Sciarra. A arte ficou por conta de Alessandro Pierangelini.
Bang saiu em 2002 pela DV Games e no Brasil veio pela Grow em 2014. Dentre as mecânicas básicas, destacam-se: batalhas dirigidas por cartas, jogadores com diferentes habilidades, jogo em equipe, apostas e blefes, dedução, eliminação de jogadores, toma essa, papéis ocultos e gerenciamento de mão.
Bang, já em 2002, ano de seu lançamento, foi indicado como Melhor Jogo Avançado pela Japan Boardgame Prize e Melhor Jogo Original pela Lucca Games. Em 2003 foi vencedor nas categorias Melhor Design de Jogos de Cartas e Melhor Jogo de Cartas Tradicional, ambos pela Origins Awards. Em 2007 foi indicado como Melhor Jogo de Cartas e Melhor Jogo de Tabuleiro de Festa, ambos pela Golden Geek. Para finalizar, em 2017, foi indicado como Melhor Jogo de Salão pela Guldbrikken.
O Jogo
Em Bang o Xerife estará exposto, cumprindo sua função. Ele terá ajudantes, mas nesse momento todos estarão trocando tiros para todos os lados - todos mesmo, o Xerife, os ajudantes, os foras da lei e o renegado. Ainda tem ataques de índios no meio do tiroteio, e também prisões - tudo ao mesmo tempo.
É um jogo de blefe onde tudo se resolve na bala, você terá que escolher um alvo e atirar. Saber quem está ao seu lado ou não é a diferença entre a vida e a morte.
Esse é o cenário de Bang!
No início do jogo, cada jogador tem seu objetivo. Os papéis são sorteados entre os jogadores e, a depender do seu papel, seu objetivo será:
Após receber seus papéis, o único que se identifica é o Xerife. Os demais manterão suas identidades em sigilo, e é exatamente aí que o jogo brilha: no blefe! Quem ajudará o Xerife, ou fará de conta que está ajudando o Xerife se passando por vice, mas, na verdade é o renegado, ou mesmo um fora da lei?
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A seguir, todos recebem uma carta de personagem com habilidades únicas, que farão toda a diferença no jogo e que, ao mesmo tempo, garante uma rejogabilidade enorme para o jogo. Ponto para Bang!
Essa carta de personagem ditará o quanto de pontos de vida você tem, ou melhor, quantos tiros você suporta. Isso será representado por tokens de balas.
Cada jogador recebe também o tabuleiro individual, onde há espaço para o papel que você representa, sua carta de personagem e você já inicia com uma arma, além do espaço para as balas.
No mais, você receberá uma mão de cartas de ações, que lhe darão oportunidades de atacar e também de se defender, a saber:
Agora é hora de dar tiro para todos os lados e tentar se manter vivo. Ou seja, o turno do jogador:
O ato de pegar 2 cartas é bem simples, basta pegar as cartas do topo do deck de compras e colocá-las na sua mão. Elas devem permanecer ocultas dos demais jogadores, afinal, são suas cartas de ações, de ataque e de defesa.
A ação de jogar cartas é o core do jogo. Obvio que você pode optar por não jogar nenhuma, mas meu amigo, em Bang é atacar ou morrer, então, é melhor atacar. Nesse momento, qualquer quantidade de cartas pode ser jogada, havendo apenas 2 exceções:
No mais, é tentar cumprir o seu objetivo individual. E no meio do tiroteio acontece de tudo: é gente se esquivando de bala, é gente se recuperando dos tiros, é roubo de itens, tem até gente usando metralhadora, tem ataques de índios, duelos, gente sendo presa, gente correndo a cavalo, outros se escondendo atrás de barril, outros jogando dinamite. É o caos!
Após jogar suas cartas e causar esse mundo de possibilidades, só resta descartar as cartas excedentes, que é, na verdade, representado pelo número de pontos de vida que você tem. Ou seja, o normal é isso diminuir cada vez mais, se você não se curar.
Após isso, basta passar a vez para o jogador à sua esquerda.
Fim da Partida
O fim da partida se dá em uma das duas condições:
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Simples assim!
Dicas Estratégicas
Bang tem de tudo e muita gente blefando:
A verdade é uma só: todos dizem que irão ajudar, mas na hora que começam os tiros, cabe ao Xerife tentar deduzir quem é quem. A vida do Xerife não é fácil. Ele pode, sem querer, atirar em um ajudante, pois as armas em Bang tem um determinado alcance, é para onde você tem que atirar, então, ferir um ajudante faz parte, fora todos os acontecimentos do jogo.
A dica de ouro para o Xerife é: atire antes e descubra depois!
Existem cartas de ação que lhe permitem comprar mais cartas, essa é a hora de encher a sua mão de cartas para ter mais opções de ataque e de defesa, use isso a seu favor.
Outras, como a metralhadora dão mais tiros, outras têm mais alcance, busque os cavalos para correr quando precisar, ou seja, ficar mais distante de quem pode lhe atingir. Como as armas são sempre “abertas” para todos verem, busque sempre ficar o mais distante possível das pessoas que tem essas armas.
No geral, a dica é pegar quanto mais cartas puder, além das duas permitidas no turno, para ver mais possibilidades no jogo. Use as cartas que puder e depois descarte as excedentes, se houver.
Vídeos de Unboxing, Regras e Gameplay
Curta o Unboxing:
Assista a um vídeo de Regras:
Confira um Gameplay:
Dicas Pedagógicas
Bang não é um jogo politicamente correto para as crianças! Dito isso, se souber trabalhar esse fato e brincar de “polícia e bandido” de uma forma leve, você terá um excelente e divertido jogo que garantirá muitas risadas com a criançada.
E mais, se nessa onda, se desejar estimular em seu filho conceitos de tomada de decisão, raciocínio lógico matemático e estratégia, Bang pode ser o seu jogo!
A tomada de decisão estará presente o tempo todo, afinal, no seu turno ele terá que escolher o alvo que ele julga ser o “bandido”, ou mesmo, se ele for o “bandido”, ele terá que decidir entre disfarçar, atacando outro personagem para não “dar na cara” quem ele é, ou assumir o risco e tentar cumprir seu objetivo de eliminar o Xerife. Isso ocorrerá o tempo todo, e é bom, estimula a trabalhar “sobre pressão” e tomar decisões rápidas.
O raciocínio lógico matemático se dará na medida em que ele se verá calculando, a todo o momento, quanto o personagem dele tem de “vida”, e isso gera a famosa “tensão boa” no jogo, aí que os risos vem à tona. Calcular também os pontos de vida dos oponentes, ou não, também é necessário, para saber em quem focar o seu alvo.
Enquanto o jogo avança e algumas identidades são reveladas, se sua arma não for de longo alcance, você terá que usar a estratégia, ou seja, eliminar uns jogadores para estar cada vez mais perto do seu verdadeiro alvo, e sua arma conseguir eliminá-lo. Então será um tal de: “desculpe aí!”, “não atire não!”, “eu sou seu ajudante!”, que garantirá várias risadas entre a criançada.
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Pedagogicamente, Bang diverte, estimula tomada de decisão, estratégia e raciocínio lógico matemático!
Recomendo Bang na sua coleção!!!
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